segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A droga do clichê!

É impressionante como boas ideias são copiadas de maneira quase que imediata. Isso não é negativo quando há uma estruturação parecida, mas com clímax e modo de linguagem presente diferente da obra base, no caso literário. Infelizmente o clichê demonstra a baixa capacidade de criação ou criatividade do autor. É impressionante como cada vez que se lê uma história de amor, em 90% das vezes o final é feliz. A literatura precisa de um tom inovador, algo diferente. Para que copiar o que já se pode ler?


Há pouco tempo, tive acesso a uma obra literária de auto ajuda que era de cabo a rabo completa de clichês, eu até a classificaria como plágio, se os créditos não tivessem sido dados aos autores. O autor desse livro em questão falava do assunto com tanta propriedade que parecia ser um expert em relacionamentos. Era um simples jovem que apenas dava seu ponto de vista sobre as frases que ele havia colocado acima. De um modo curto e grosso não hei de negar que sou um oposicionista de carteirinha para livros que falem de relacionamentos sem se importar minimamente com a situação do leitor. Os casos de amor mundo a fora não seguem uma regra, um padrão. Relacionamentos variam de pessoa a pessoa e seu caso pode ser completamente diferente do meu.


Um capitulo tinha o seguinte tema: "Traição: Perdoar ou não". Só pode ser brincadeira... Há a possibilidade de perdão numa situação como uma traição, mas não é um livro escrito por um cara que só teve uma namorada que vai me dizer o que fazer numa ocasião como essa. Ele deveria ter pensado antes de cometer uma loucura como essa de escrever um livro sobre algo que nem ele sabe. Eu em meus 17 anos de idade tenho certeza que posso falar com mais propriedade do assunto. Tenho uma filha, moro junto de minha companheira e já passei por  muita situação que envolvesse um relacionamento. É o seguinte, para fazer uma camisa você tem que ter pano para a manga, se não só será feita uma camiseta e para falar de relacionamento você tem que ter conhecimento prático do assunto em questão.


Essa é a droga do clichê que vicia todos inocentes, sempre a espera de um final feliz, seja ele convincente ou não e sempre dizendo que quem tem que vencer é o mocinho da história, que acaba derrotando o vilão. Ah como eu queria que o gato Tom pegasse e engolisse o Jerry (o rato), mas o rato tem sempre de vencer. Pois é... é como ser virgem e elogiar o prazer sexual... sem sentido. 


  




Imagens retiradas de:
confrariadostrouxas.blogspot.com
downloads.open4group.com

3 comentários:

  1. Você foi no cerne da questão a respeito dos clichês e da autoajuda: a padronização. A sociedade consumista em que vivemos cria padrões para tudo, desde moda até relacionamento. Tudo visando ao lucro. O respeito às diferenças é uma luta constante numa sociedade tão plural. Realmente sem sentido.

    ResponderExcluir
  2. “O homem é homem só pela linguagem. Unicamente pela linguagem chega o homem a tornar-se consciente do seu mundo. A palavra não faz da realidade o nosso mundo. A palavra caracteriza o seu modo de existência. Com as palavras, o homem vincula-se às coisas, (…) mas também se distancia delas (…) e atribui-lhes significação”

    Henrique...

    ResponderExcluir
  3. Thiago, muito interessante sua visão sobre clichês, clara e direta, é a velha máxima de que se você for diferente não será aceito, seria tão bom se mais jovens pudessem chegar à maioridade com uma mente esclarecida como você.

    ResponderExcluir